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Estúdio Módulo Edifício Ágora, Joinville (SC)

Arquitetura, desenho urbano, sinalização, fotografia, cursos de representação visual. da polivalente frente de atuação do estúdio módulo, coletivo de arquitetura constituído em 2014 em São Paulo, é expressiva a participação em concursos de arquitetura. Entre os trabalhos vitoriosos, o primeiro de autoria solo a ser construído foi o edifício ágora, parte do projeto vencedor da competição promovida em 2018 para a criação de uma nova área de parque industrial e tecnológico de Joinville, em Santa Catarina.


Estúdio Módulo
Edifício Ágora, Joinville (SC)

1 Duas barras longitudinais distanciadas entre si 15 metros conformam o corpo elevado da edificação, onde estão localizados
os escritórios e áreas corporativas de uso compartilhado. Já o térreo é composto por ambientes dispostos nos vértices da
implantação: auditório, restaurante, coworking e administração. Perpassa o vazio central uma cobertura contínua, com 52,5
metros por 38 metros de lado /2 e 3 Na face voltada para o interior do lote o térreo é circundado por um espelho d'água que
penetra nos interiores, demarcando a praça de convívio.

1 A cobertura se prolonga em duas abas verticais que recobrem as fachadas longitudinais. Essa pele externa funciona como
filtro contra a luminosidade excessiva, sendo vedada com telha metálica perfurada. Recortes abrem vistas para a natureza
circundante


2 e 3 Pilares e vigas pré-moldadas de concreto, lajes protendidas, cobertura metálica e fechamentos industrializados -
placa cimentícia, vidros, além de telhas metálicas - conformam a materialidade do projeto. Mas a dinâmica dos volumes
arquitetônicos, associada ao paisagismo (com destaque para o espelho d'água), humaniza a arquitetura

A arquitetura do Ágora, edifício que funcionará como porta de entrada do Ágora Tech Park (2019), área de expansão do Condomínio Perini Business Park
(2001), no norte de Santa Catarina, é fundamentada no uso de sistemas construtivos pré-fabricados.
Evidente a sinergia do partido arquitetônico com a filosofia de trabalho do estúdio, pautada pela racionalidade como sugerido pelo seu nome, mas nesse caso se tratava de uma condição a priori.


O cliente e promotor do concurso - que teve como jurados os arquitetos Gustavo Cedroni, Mário Biselli e Roberto Loeb, além do secretário de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável de Joinville, Danilo Conti, e de diretores do empreendimento, Emerson Edel e Marcelo Hack - tem uma construtora que, igualmente sediada no condomínio empresarial, foi a responsável pela implantação desse e de grande parte dos edifícios nele localizados, nos quais costuma utilizar a construção seca, industrializada.

Agilidade e economia de recursos justificam a escolha, de modo que já na época da competição se estabeleceu que o edifício inaugural da nova área do parque abriria em março de 2019, cronograma que foi rigorosamente cumprido. Ambos o masterplan e o Ágora, que publicamos agora, foram objeto do certame.

Os edifícios futuros serão destinados a empresas de tecnologia e às atividades de ensino, pesquisa e de hospedagem e estarão dispostos ao longo de dois eixos perpendiculares entre si e que contornam a mata preservada. O Ágora, dado o seu papel de sede do empreendimento, localiza-se na esquina do terreno com cerca de 75 mil metros quadrados, inserido nos 2,8 milhões de área total do condomínio.
A arquitetura do edifício é organizada em torno de ruas internas que, de livre acesso, correspondem aos eixos (norte e leste) do masterplan.

Comparando o desenho de implantação apresentado no concurso e o atual, percebe-se que nos quatro meses de desenvolvimento do projeto - prazo bastante enxuto - a edificação se consolidou como a sede do parque não apenas por suas qualidades intrínsecas, mas também pela supressão das edificações destinadas a convenções e serviços a favor da maior quantidade de edifícios corporativos.


Enfraqueceu-se, portanto, um tanto da ideia de favorecer o caminhar contínuo através das construções, capaz de criar um vínculo forte da arquitetura com o lugar, mas, em compensação, o Ágora teve fortalecido o seu papel de articulador de todo o conjunto, explícito na demarcação que ele faz da entrada do empreendimento. No térreo, há um auditório com 170 lugares, lanchonete, restaurantes, praças de alimentação, coworking, salas integráveis de reunião, administração e áreas abertas de estar, que têm uso complementar mas independente dos escritórios dos pavimentos superiores. Há, de fato, clara distinção entre o térreo e o corpo elevado do edifício, sendo este último conformado por duas alas longitudinais paralelas, com dimensões distintas.

Elas possuem dois pavimentos, e a mais larga é destinada aos escritórios enquanto que a mais estreita, às salas de uso compartilhado: multiúso, reuniões e copa. Por causa da complementaridade de funções, favorece-se a conexão entre as laterais através de passarelas. No térreo, os vértices do prédio são ocupados por volumes que abrigam o auditório e o restaurante de um lado e, do outro, salas de reunião e coworking, todos intermediados por áreas livres. Esses núcleos do embasamento têm paredes com angulações e alinhamentos discordantes aos dos prismas superiores, de modo a criar certa dinâmica que agrega, através de sombreamentos, recuos e avanços em forma de jardins e varandas, sutileza à racionalidade da arquitetura.


A cobertura é um grande retângulo de 52,5 metros por 38 metros, parte vedada com telha termoacústica e parte em forma de shed (sobre o átrio de pé-direito triplo), que se prolonga nas fachadas laterais através de abas verticais feitas com telhas metálicas perfuradas. Essa pele externa recobre, por sua vez, as fachadas envidraçadas, ora translúcidas ora transparentes. Na precisão da arquitetura do Ágora, cada material e forma cumpre papel decisivo de imprimir sensações no espaço (E.G.)

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